terça-feira, 13 de outubro de 2009

O mar e eu...

Gostava de ter nascido num lugar qualquer, onde pudesse avistar o mar, porque é junto dele que me encontro, que percorro o horizonte.
E é com o seu gemer contra as rochas que me sinto a viver, como a água que está a correr nas fontes.
Gostava de viver num qualquer lugar, onde pudesse escutar o mar todos os dias, e deixar de lado a terra onde estou à mercê dos temporais.
Às vezes sinto que o mar me diz tudo o que devo fazer, parece que me escolheu para ser o seu confidente e ele o meu. Ele sabe o que eu sinto, ele sabe de quem falo, eu sei que falamos de tanta coisa os dois, que só ele sabe que eu fugi de tudo e ainda não sabemos porquê… Gostava de morrer junto ao mar, porque só ele me entende. Eu sei que ele me escolheu para falar dele e nas letras que escrevo ele mostra-se no seu mais perfeito esplendor. Ele sabe que vou querer morrer junto às suas ondas, sem pressa, como se tratasse de um rio que regressa à nascente.
Hoje, eu sei e posso afirmar que foi ali, junto ao mar, que me fiz mais humano, que me sinto em tranquilidade, porque a minha alma é do oceano. Pelo menos, é o que parece, porque só junto a ele sente a paz que gostava de ter todos os segundos, minutos, horas, dias, meses e anos da minha vida.
“Inspirado na música de Mafalda Arnauth (o mar fala…)"


Sem comentários:

Enviar um comentário