De repente, a chuva começa a molhar-me o rosto e começo a chorar. As lágrimas são enormes, parecem as ondas do mar que abraçam os meus pés. Sonho com uma vida que já tive e que agora não sei se tenho forças para voltar a ter. Confesso, prendo-me demais ao passado e às memórias que me fazem sofrer. E sofro mais por culpa própria do que por outro tipo de razões.
Olho para trás e penso que te avisto, mas isso não passa de um mero sonho. Volto a olhar para o mar, encharcado de chuva e de lágrimas…
Peço, então, que o mar me diga o que fazer, porque hoje nem as estrelas me fazem companhia. Em vez delas, vieram as nuvens, negras, carregadas de água, colocando todo o meu ser debaixo de uma chuva intensa, parecidas exactamente com as cataratas de lágrimas que saíam dos meus olhos.
Recordo o passado, quero esquecer tudo o que me faz mal, mas, hoje, o mar não me deu essa força, deixou-me sozinho e, por isso, sinto-me perdido no meio de tanta solidão e nostalgia.
Quero acordar novamente, mas ainda não sei como o vou fazer…