segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Olho para ti...

Olho para ti e procuro respostas. Respostas ao meu estado de alma, respostas ao que a minha consciência me diz para fazer…
De repente, a chuva começa a molhar-me o rosto e começo a chorar. As lágrimas são enormes, parecem as ondas do mar que abraçam os meus pés. Sonho com uma vida que já tive e que agora não sei se tenho forças para voltar a ter. Confesso, prendo-me demais ao passado e às memórias que me fazem sofrer. E sofro mais por culpa própria do que por outro tipo de razões.
Olho para trás e penso que te avisto, mas isso não passa de um mero sonho. Volto a olhar para o mar, encharcado de chuva e de lágrimas…
Peço, então, que o mar me diga o que fazer, porque hoje nem as estrelas me fazem companhia. Em vez delas, vieram as nuvens, negras, carregadas de água, colocando todo o meu ser debaixo de uma chuva intensa, parecidas exactamente com as cataratas de lágrimas que saíam dos meus olhos.
Recordo o passado, quero esquecer tudo o que me faz mal, mas, hoje, o mar não me deu essa força, deixou-me sozinho e, por isso, sinto-me perdido no meio de tanta solidão e nostalgia.
Quero acordar novamente, mas ainda não sei como o vou fazer…

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O meu mar...

O mar embala-me com as suas ondas sempre na sua noite escura, porque apenas o procuro à noite… Deito-me na areia da praia, como fazem as ondas, tentando perceber o que me diz.
Olho no horizonte e digo-lhe que preciso dele todos os dias, hoje e amanhã, porque só com ele penso para além do dia-a-dia. O mar sabe que preciso dele a cada nascer do sol, como se fosse a primeira vez que o visse.
O “meu” mar é sedutor contínuo, incansável, elegante e belo, que transborda de magia e de sonhos tantos... como há muito eu sonho…
O barulho das suas ondas dilacera-me o coração e enchem-me de esperanças e sonhos.
O mar é a vida de uma vida, é o meu “amor” de sempre, se calhar a minha alma gémea, porque só ele percebe as minhas dores e as minhas dúvidas, quando ambas resolvem assolar-me. O mar é para mim como se fosse uma mulher, pulsando forte sob a chuva finatraz dentro dele as gotas da vida que precisa... para viver!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"O mar fala de ti" - Mafalda Arnauth

Eu nasci nalgum lugar
Donde se avista o mar
Tecendo o horizonte
E ouvindo o mar gemer
Nasci como a água a correr
Da fonte
E eu vivi noutro lugar
Onde se escuta o mar
Batendo contra o cais
Mas vivi, não sei porquê
Como um barco à mercê
Dos temporais.
Eu sei que o mar não me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Que te levei ao mar quando te vi
Eu sei que o mar mão me escolheu
Eu sei que o mar fala de ti
Mas ele sabe que fui eu
Quem dele se perdeu
Assim que te perdi.
Vou morrer nalgum lugar
De onde possa avistar
A onda que me tente
A morrer livre e sem pressa
Como um rio que regressa à nascente.
Talvez ali seja o lugar
Onde eu possa afirmar
Que me fiz mais humano
Quando, por perder o pé,
Senti que a alma é
Um oceano.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Saudade...

Tenho saudade desse teu sorriso...
Tenho saudade desse teu olhar,
Tenho saudade das palavras.
Tenho saudade de gostar…
Tenho saudade das horas perdidas,
Tenho saudade dos momentos de reflexão...
Tenho saudades escondidas, dentro do meu coração!
Tenho saudade sentida
Tenho saudade perdida...
de todos os momentos,
de todos os pensamentos!
Tenho saudade de mim...
saudade de alguém... Quem será?
Que provoca saudade sem fim, sem saber que o faz
Tenho saudade dos momentos esquecidos,
momentos apagados, momentos felizes...
de dias passados e que já não voltam.
Saudade... é apenas saudade...
saudade é aquilo, que se guarda no coração,
que se sente...
que se reprime...
que não se esquece...
e jamais permanece

Saudade é aquilo que se sente
Quando se gosta mesmo de alguém!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O mar e eu...

Gostava de ter nascido num lugar qualquer, onde pudesse avistar o mar, porque é junto dele que me encontro, que percorro o horizonte.
E é com o seu gemer contra as rochas que me sinto a viver, como a água que está a correr nas fontes.
Gostava de viver num qualquer lugar, onde pudesse escutar o mar todos os dias, e deixar de lado a terra onde estou à mercê dos temporais.
Às vezes sinto que o mar me diz tudo o que devo fazer, parece que me escolheu para ser o seu confidente e ele o meu. Ele sabe o que eu sinto, ele sabe de quem falo, eu sei que falamos de tanta coisa os dois, que só ele sabe que eu fugi de tudo e ainda não sabemos porquê… Gostava de morrer junto ao mar, porque só ele me entende. Eu sei que ele me escolheu para falar dele e nas letras que escrevo ele mostra-se no seu mais perfeito esplendor. Ele sabe que vou querer morrer junto às suas ondas, sem pressa, como se tratasse de um rio que regressa à nascente.
Hoje, eu sei e posso afirmar que foi ali, junto ao mar, que me fiz mais humano, que me sinto em tranquilidade, porque a minha alma é do oceano. Pelo menos, é o que parece, porque só junto a ele sente a paz que gostava de ter todos os segundos, minutos, horas, dias, meses e anos da minha vida.
“Inspirado na música de Mafalda Arnauth (o mar fala…)"